Bom dia amores, tudo bem com vocês... eu to bem, tudo certo, gracias... ;)
Ontem tive uma pequena recaída emocional, daquelas do tipo de colocar umas músicas chororos, e ficar chorando e lembrando os momentos bons (engraçado que nunca lembramos dos mals nessas horas), fiz uma retrospectiva dos melhores momentos (rs), tracei a linha do tempo do meu relacionamento.
Foi como um filme, a clareza dos detalhes, o primeiro encontro, o primeiro beijo, as frases ditas. E de repente os sumiços inexplicáveis, e enfim, a revelação “Sou um dependente químico”.
Devia ter corrido nessa época? Afinal estava no comecinho, creio que 2 ou 3 meses de namoro, menos envolvimento, menos laços.
Não, se eu pudesse voltar atrás, acho que teria feito a mesma coisa.
Vivi muitas coisas boas, muitas coisas intensas de mais, só nós sabemos o quanto namorar um DQ é intenso, e não me perguntem o porquê disso.
Contraditório mas 2010 o ano que eu conheci o “amor”, foi o melhor ano da minha vida.
Aprendi muito com o “amor” e creio que ele aprendeu comigo também.
O fim de um amor é sempre difícil, ainda mais quando não se termina por querer, mas por que tem que ser assim, porque é o melhor a ser feito no momento.
Saio dessa relação, com a sensação de missão cumprida. Mas triste, não triste por ter acabado. Mas triste, pelo “amor” estar vivendo esse tipo de vida, vida triste, vida sofrida, triste por estar vendo quem mais se ama, se matando, e por saber que isso é como uma sentença de morte marcada na carne dele. Difícil de ser tirada.
Mas ... não posso fazer nada quanto a isso, fiz tudo o que pude. Infelizmente, a vida é feita de escolhas.
Sem pena, só compaixão. Deem uma lida aqui.
Gente, vou postar uma reportagem que entrevistou uma usuária de drogas, me chocou muito,olhem só:
Ela nasceu em Uberlândia. Conhece vários países e o Brasil de Norte a Sul. Fala inglês, fez curso superior. Trabalhou em pelo menos duas empresas de grande porte. Rica, bonita. Tem acesso às melhores coisas que o dinheiro pode proporcionar. Está limpa há 10 meses depois de consumir drogas por quase 20 anos. O fundo do poço veio com o crack. Em quatro meses de uso, Clara chegou a fumar 40 pedras por dia. Ela garante que viu a morte de perto.
Como e quando foi o seu primeiro contato com drogas?
Comecei a beber aos 14 anos. Sou alcoólatra. Isso quer dizer que sou adicta cruzada. Viciada em álcool e em drogas químicas. Aos 15, fumei meu primeiro baseado. Sempre gostei do que provocava euforia. Hoje entendo que precisava me livrar da timidez. Tenho comportamento adicto desde a infância. Minha mãe conta que eu apanhava tocos de cigarros na rua quando criança e levava à boca.
Você vivia sempre dopada?
Dentro da faculdade, comecei a beber e a fumar demais. Aos 23 anos dei o primeiro tiro de cocaína. Tenho um diferencial: minha cabeça funciona melhor quando estou drogada. Sou mais criativa. Entendo o mundo real de maneira melhor com a droga. Veja, não é apologia da droga. É o diagnóstico de minha doença que eu estou reproduzindo.
Por quanto tempo usou cocaína?
Durante 10 anos, todos, todos os dias. E segui trabalhando. Continuei ganhando dinheiro, enfim, fazendo tudo que uma pessoa comum faz. A cocaína é uma droga social. Conseguia dar palestras, usando cocaína. Minha família só foi descobrir que eu cheirava quando contei. Depois de uma década. Tive câncer, hoje curado. Fiquei três meses num quarto de hospital. Um dia depois de sair, já estava usando outra vez. Nunca me faltava droga nem dinheiro. Faltou apenas quando comecei a usar crack.
E por que você contou que usava cocaína?
Eu não agüentava mais. Meu nariz só sangrava, já estava perdendo o controle. Neste momento senti impotência. Usava drogas sem vontade. Tanto que às vezes cheirava chorando.
Como conseguiu esconder por 10 anos?
Minha família acabou me ajudando a usar. Meu pai bebe, meu irmão sempre usou drogas dentro de casa. Sempre fui dissimulada. Era a filha certinha. Era o que eu pintava. E eu até conseguia ser.
O que a levou a pedir ajuda?
Descobri que eu não era vagabunda. Durante muito tempo, eu mesma achei que era vagabunda. Mas não! Tenho uma doença. Adicção é uma doença como gripe, como câncer. É real. Só que muitos não acreditam. Por isso tanta gente morre de overdose. O uso é crescente. O governo não se importa. O adicto na rua não questiona, quer apenas usar a droga. Deus de adicto é a droga.
Você tentou deixar a droga alguma vez sozinha?
Em 2005 conheci o NA [Narcóticos Anônimos], mas não queria parar. Na verdade não queria largar nada. Eu ia para o NA com o bolso cheio de pó. Cheirava dentro do banheiro. Uma grande desonestidade. Eu fui apanhada e humilhada. Passei por várias coisas deste tipo. Tentei parar sozinha várias vezes. De certa maneira, fui substituindo as drogas. Por exemplo, nunca achei que álcool fosse droga. E era sempre o álcool me dava mais coragem. Com ele, ia para outras drogas. Hoje eu acho que a droga é o anticristo.
Como foi a sua primeira internação?
Fui para uma instituição para cortar a cocaína. Contra o crack eu tinha o maior preconceito. Pensava que era coisa de mendigo. Meu tratamento era de seis meses e fiquei quatro. Manipulei minha mãe, falei que estava passando fome. Ela me tirou de lá. Cheguei em Uberlândia e no mesmo dia fui para a boca. Só que não comprei cocaína. Eu comprei uma pedra.
Por que o crack?
Dentro da clínica eu ouvia falar tanto de pedra, que a minha curiosidade aguçou. Eu pensava: “Preciso conhecer essa coisa louca”.
O crack não a assustava, não causava repulsa?
Nunca tive medo de morrer de overdose. E nunca tive overdose. Sou muito resistente, o que prolongou o meu tempo de ativa na droga. Agora, penso que a droga é a doença do “ainda”. Eu ainda não me prostitui, eu ainda não usei crack, eu ainda não matei ou morri. Mas, que vai acontecer, é fato.
Você se prostituiu?
Não. Mas estive perto. Acho que mais uma semana na rua e eu me prostituiria.
Você consegue imaginar como era há um ano?
O que a cocaína não fez comigo em 10 anos de uso, o crack fez em quatro meses. Eu fiquei demente, não saía do meu quarto, comecei a ficar paranóica. Eu fumava e fumava. E tudo passa rápido. Acaba uma pedra, num segundo você precisa mais. É agonizante. Você é capaz de matar para ter outra pedra. O crack cega, deixa você irracional, em estado animal. Eu cheguei a desmontar o portão eletrônico de minha casa, sair de pijama a pé para comprar pedra. Sem dinheiro. Você acha que voltei sem pedra? Na minha ativa brava, se eu fosse o Papa, venderia o Vaticano todo para comprar pedra.
É fácil conseguir?
Comprar droga é a coisa mais fácil. É 24 horas por dia, 7 dias por semana. Em Uberlândia a pedra é barata, R$ 5. O Esperança é longe, então ia ao Lagoinha. Uberlândia inteira me conhece. Crianças ficam na linha de frente, porque não podem ser presas. Os melhores traficantes não usam crack. É tão devastador, que nem traficante pode usar.
Qual foi o fundo do poço?
Meus vizinhos tinham medo de mim. Sempre havia traficantes na porta da minha casa. Chegou um momento em que eu não tinha mais prazer em usar. Usava pelo ato. Pela adrenalina de ir à boca. Muitas vezes fui parada pela polícia. Mas nunca fui presa. Usava muito minha posição social para me safar. A mentira faz parte da doença. Mas tenho um irmão que foi preso. O final destas histórias é a instituição de tratamento, prisão ou morte. Perdi todos os meus valores, queria só usar e não me dava mais prazer. Em meia hora sem usar, meu corpo doía, meus ossos doíam, minha pele doía de eu chorar. Eu fumava em casa.
Como conseguia se acalmar sem droga?
Eu me tornei farmacodependente. Quando meu organismo não agüentava mais, virava um vidro de Rivotril, um vidro de Neozine. E eu não chapava, só cochilava. Não sei como não morri. A vontade de usar não passa. É uma coisa absurda.
Como você conseguia esses medicamentos sem receita?
Fiz uma máfia com um farmacêutico de Uberlândia, geralmente perto da boca. Eles vendem sem receita e eu tomava um vidro mesmo. Quando cheguei à clínica tiraram todos os meus remédios. Eu fiquei duas semanas sem dormir, tendo pânico e chorando.
Você roubou?
Vendi tudo que tinha. Televisão, som de carro, estourei todos os cartões de crédito. Vendi as melhores roupas e sapatos. Ficava dentro da casa do traficante fumando. Era um lugar para me esconder e ali estava protegida. Sempre fui amiga de traficante. Eu roubei muita coisa do meu pai e da minha mãe. Roubei jóias. Só não vendi o banco de trás do carro porque ninguém quis comprar.
E a sensação da droga?
O crack me fez ver a morte. E eu não queria morrer. Mas não fazia sentido viver. O crack é a melhor droga do mundo. Nunca injetei. Mas o crack cria um estado de alucinação transcendental. Você esquece a personalidade e vê tudo bom. Não sou hipócrita: eu amo usar droga. Mas não posso. Se você me der uma pedra vou jogar na sua cara: “Quero 30”. No fim, eu estava fumando 40 pedras por dia. As pessoas que convivem com o crack dizem que não entendem como não morri.
E a sua família?
Minha mãe sempre foi muito impotente. Geralmente a família não quer aceitar o problema. Dei sinais da minha doença várias vezes e eles não se ligaram. A gente pede socorro de muitas maneiras. No meu caso não entenderam. A família precisa prestar atenção aos filhos, desde a infância. Nunca tive limites, nunca tive hora e sempre tive dinheiro de sobra.
E hoje?
Fiquei sete meses internada. Lutei muito dentro da clínica, porque a retirada da droga doeu demais, a retirada do crack foi revoltante. Só fui entrar realmente em tratamento no terceiro mês. Minha família gastou uns dois carros para me tratar. Mas lá dentro encontrei minha vida. Comecei a sentir prazer em ficar limpa. Eu não tinha opção. Minha mãe não ia me tirar de lá outra vez. Passei uma semana sem tomar banho e várias semanas sem comer. Cheguei na clínica com 50 quilos, na capa. Hoje estou com 63, estou gostosa. Hoje encontrei uma nova maneira de viver. Não volto para Uberlândia. Vou correr o risco de alguém me ver. É muito doido lembrar de tudo que fiz. Esconder é perigoso. Hoje tenho orgulho. Hoje eu salvo vidas.
Algum recado para quem é dependente?
Penso muito: seja feita a sua vontade, senhor, porque minha vontade é usar droga o dia todo. Entreguei minha vida a um poder superior. Não virei crente, não. Nada a ver com isso. Deixo Deus me conduzir, porque não consigo me conduzir sozinha. E tem mais, não garanto nada amanhã. É só por hoje. Posso apenas dizer: “Grite por ajuda”.
Bom meus amores é isso, nunca esqueçam SEJAM FELIZES, MUITO FELIZES, SEMPRE E SEMPRE, dessa vida é isso que levamos a felicidade, e ninguém é responsável pela felicidade de ninguém, cada um deve cuidar da sua!
Beijos no coração!
Gaby,
ResponderExcluirTexto tuuuudo de bom... adorei a diferença entre pena e compaixão... a entrevista e como você esta conseguindo ver tudo o que esta se passando com você!
Mta força,
Beijo Ana
Obrigada Ana, que bom que gostou... Beijooos :*
ResponderExcluirOi Gaby... Te amo garota!!!
ResponderExcluirTe amo também! muitão! Beijos
ExcluirGaby, essa entrevista é mesmo para mudarmos nossas concepções não é mesmo? Que história de vida!!
ResponderExcluirQuanto a vc garota, força, vc n precisa que eu fale q vai passar, acho que precisa que eu fale q que pra passar, você tem que passar por isso, n vou falar pra vc n chorar, pelo contrário, chore Gaby, chore o quanto precisar para se recuperar e se manter recuperada!
Beijos
Obrigada Giu, vai passar e disso eu não tenho dúvidas! Um beijo no seu coração
ExcluirUauu a entrevista foi demais, me arrepiei.
ResponderExcluirE quanto ao seu amor, só ore por ele, uma hora ele vai ter que cair na real, vc está sendo muito forte, as vezes tento me colocar no seu lugar, deve ser sofrido! Mas vc está fazendo a coisa certa, está se tratando é uma pena que ele não faça isso!
Força amigaa
Tamujuntas
Beijãoo
A cada dia que passa vejo que sim, estou fazendo a coisa certa... não é fácil, mas quem disse que seria?
ExcluirBeijooos amiga tamo junto